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terça-feira, 29 de abril de 2008
segunda-feira, 28 de abril de 2008
A visita - Tira 06
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Musica antiga...
Esses dias fui ao clube com uns amigos e uma amiga minha em particular levou sua filha que, se não me engano, devia ter uns 13 anos. Gosto de pensar que sou uma pessoa muito sociável e me preocupo em integrar o grupo (ou seja, sou um tagarela inveterado).
.
Como senti que a menina estava deslocada (afinal, todo mundo no grupo tinha mais de 30), puxei conversa.
.
- E ai Erika, o que você tá ouvindo? (ela tinha um IPOD no ouvido)...
- Umas musicas antigas da minha mãe... (respondeu num tom entediado como se eu a tivesse incomodando...)
- Humm.. antigas é? Posso ouvir? (ela me passou um dos fones, sem tirar o outro do ouvido..) .
.
Eu esperava um "Great balls on fire" do Jerry Lee Lewis, talvez um James Brown... mas o que eu ouvi naquele fone de ouvido me fez tremer. Eu olhava para a Erika com uma expressão de horror. Meus olhos se encheram de lágrimas enquanto no meu cérebro ecoava: "The boy with the thorn in his side,
behind the hatred there lies a murderous desire for love..."
.
-NÃÃÃÃÃOOOO!! (Pensei!)
.
Puxei o plug que me conectava com a musica para voltar ao mundo real, assim como o Neo fez com os "Plugs" que o conectavam a matrix!.
.
Era "The Smiths" que tocava. THE SMITHS! Não era "musica antiga"!! - Estava tocando nas rádios um dia desses! Eu lembro. A Erika me olhava assustada. Tentei me recompor (para não jogar seu frágil corpinho por cima da cerca). Naquele instante fui tomado por uma nova consciência. Um novo saber que mudou minha vida a partir daquele momento. Minha musica, a musica que embalava as minhas noites não muito tempo atrás, era agora "musica antiga" (TCHAN-TCHAN-TCHAAAN!).
.
Ainda atônito, devolvi os "plugs" de volta para ela e disse sorrindo (tentando não parecer ofendido): - Nossa, ouvi muito essa musica. Era tema de boa parte das fitas que eu gravava para dar de presente. E entenda que a fita era completamente diferente do que o CD é hoje, ou ainda do MP3.
.
Gravar uma fita era a expressão máxima dos sentimentos de um homem para uma mulher ou mesmo da amizade entre amigos. A fita era um presente que representava o "sentimento". Eu explico: (Curiosa, a Erika retirou os plugs do ouvido).
.
Naquela época, para se gravar uma fita para alguém, você tinha que ter:
.
1) uma seleção de Lps (isso se você quisesse gravar uma coletânea);
2) Força nos braços para carregar sua seleção de LPs (Já carregou 30 Lps Juntos?);
3) Uma mão firme para colocar a agulha na faixa certa sem riscar todo o disco;
4) E paciência, muita, muita paciência...
.
Uma única fita levava horas para ser gravada. Era praticamente um ritual.
.
- Você ligava o som e escolhia o LP (esse era, por si só, um trabalho tremendo porque era a musica que abriria a fita, você já tinha que acertar de primeira).
- Depois escolhia a faixa que você ia gravar (algo que fizesse ela se derreter na primeira audição e ao mesmo tempo, a deixasse curiosa quanto ao que viria a seguir, fazendo-a, acima de tudo lembrar do quão interessante você é);
- Você coloca o disco no aparelho de som;
- Nesse momento (está prestando atenção?) você tinha que "pousar" a agulha na exata divisa da faixa anterior a musica que você pretendia gravar (uma única miopia e você estava inabilitado para esse trabalho).
- Agora, finalmente, vem a parte mais importante e perigosa desse trabalho. Esperar o início da musica. Sim, é verdade. Porque para gravar uma boa fita, você tem que calcular os poucos segundos prévios antes da musica começar para se poder iniciar a gravação. Só um momento entre a pressão dos botões e o início da musica - Muito tempo antes e você teria um grande espaço de silêncio na fita. Segundos depois, a musica já teria começado. A tênue linha entre o sucesso e o fracasso estava em suas mãos. Um espirro nesse momento e tudo estava perdido. O suor escorre pela face. Olhar fixo na faixa enquanto os ouvidos calculam o momento certo para apertar os botões. (tic-tac-tic-tac). Nas caixas de som, ecoa o ruído da agulha correndo o disco. Ninguém respira. Era um trabalho para "Ethan Hunt" de "Missão Impossível". Só no momento certo, e não antes, apertava-se o REC e o PLAY juntos. MISSÃO CUMPRIDA! (toque o tema final de missão impossível!).
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Era esse ritual o tempo todo. Faixa por faixa. Um erro, uma única tremida sequer e vc tinha que começar o processo de novo.
.
Na boa, se isso, se todo esse trabalho não for entendido como uma declaração de amor, um símbolo da amizade, eu não sei dizer o que mais pode ser. Tudo por uma mísera fita. E olha, as meninas reconheciam. Elas sabiam do trabalho que dava fazer tudo isso. Pelo menos, 30% delas sabiam. (os outros 70% achavam que nós eramos vagabundos e que não tinhamos nada pra fazer...).
.
Depois de todo esse discurso percebi que a Erika me olhava com aquela expressão de respeito e admiração. Era como se, apesar da tenra idade, ela tivesse realmente compreendido tudo aquilo que eu acabava de dizer.
.
Eu podia ler em seu rosto. Havia um olhar de "saudade". Saudade de uma época que ela não viveu? Sim, estranho, ou talvez nem tanto. O sentimento de não ter vivido uma época mais ingênua, menos cínica e bem diferente daquela em que ela se vê presa hoje. Escrava de MP3, celulares, internet, câmeras digitais, orkut e vários outros gadgets tecnológicos. Uma época mais simples.
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Só então a Erika se volta para mim, e com os olhinhos brilhantes pergunta:
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- O que é LP?
.
(Sério, eu vou jogar essa menina pela cerca!)
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No fim de tudo isso eu percebo que... Sou um péssimo fisionomista.
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Esse post é dedicado a todos aqueles que não conheceram o vinil.
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Como senti que a menina estava deslocada (afinal, todo mundo no grupo tinha mais de 30), puxei conversa.
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- E ai Erika, o que você tá ouvindo? (ela tinha um IPOD no ouvido)...
- Umas musicas antigas da minha mãe... (respondeu num tom entediado como se eu a tivesse incomodando...)
- Humm.. antigas é? Posso ouvir? (ela me passou um dos fones, sem tirar o outro do ouvido..) .
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Eu esperava um "Great balls on fire" do Jerry Lee Lewis, talvez um James Brown... mas o que eu ouvi naquele fone de ouvido me fez tremer. Eu olhava para a Erika com uma expressão de horror. Meus olhos se encheram de lágrimas enquanto no meu cérebro ecoava: "The boy with the thorn in his side,
behind the hatred there lies a murderous desire for love..."
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-NÃÃÃÃÃOOOO!! (Pensei!)
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Puxei o plug que me conectava com a musica para voltar ao mundo real, assim como o Neo fez com os "Plugs" que o conectavam a matrix!.
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Era "The Smiths" que tocava. THE SMITHS! Não era "musica antiga"!! - Estava tocando nas rádios um dia desses! Eu lembro. A Erika me olhava assustada. Tentei me recompor (para não jogar seu frágil corpinho por cima da cerca). Naquele instante fui tomado por uma nova consciência. Um novo saber que mudou minha vida a partir daquele momento. Minha musica, a musica que embalava as minhas noites não muito tempo atrás, era agora "musica antiga" (TCHAN-TCHAN-TCHAAAN!).
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Ainda atônito, devolvi os "plugs" de volta para ela e disse sorrindo (tentando não parecer ofendido): - Nossa, ouvi muito essa musica. Era tema de boa parte das fitas que eu gravava para dar de presente. E entenda que a fita era completamente diferente do que o CD é hoje, ou ainda do MP3.
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Gravar uma fita era a expressão máxima dos sentimentos de um homem para uma mulher ou mesmo da amizade entre amigos. A fita era um presente que representava o "sentimento". Eu explico: (Curiosa, a Erika retirou os plugs do ouvido).
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Naquela época, para se gravar uma fita para alguém, você tinha que ter:
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1) uma seleção de Lps (isso se você quisesse gravar uma coletânea);
2) Força nos braços para carregar sua seleção de LPs (Já carregou 30 Lps Juntos?);
3) Uma mão firme para colocar a agulha na faixa certa sem riscar todo o disco;
4) E paciência, muita, muita paciência...
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Uma única fita levava horas para ser gravada. Era praticamente um ritual.
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- Você ligava o som e escolhia o LP (esse era, por si só, um trabalho tremendo porque era a musica que abriria a fita, você já tinha que acertar de primeira).
- Depois escolhia a faixa que você ia gravar (algo que fizesse ela se derreter na primeira audição e ao mesmo tempo, a deixasse curiosa quanto ao que viria a seguir, fazendo-a, acima de tudo lembrar do quão interessante você é);
- Você coloca o disco no aparelho de som;
- Nesse momento (está prestando atenção?) você tinha que "pousar" a agulha na exata divisa da faixa anterior a musica que você pretendia gravar (uma única miopia e você estava inabilitado para esse trabalho).
- Agora, finalmente, vem a parte mais importante e perigosa desse trabalho. Esperar o início da musica. Sim, é verdade. Porque para gravar uma boa fita, você tem que calcular os poucos segundos prévios antes da musica começar para se poder iniciar a gravação. Só um momento entre a pressão dos botões e o início da musica - Muito tempo antes e você teria um grande espaço de silêncio na fita. Segundos depois, a musica já teria começado. A tênue linha entre o sucesso e o fracasso estava em suas mãos. Um espirro nesse momento e tudo estava perdido. O suor escorre pela face. Olhar fixo na faixa enquanto os ouvidos calculam o momento certo para apertar os botões. (tic-tac-tic-tac). Nas caixas de som, ecoa o ruído da agulha correndo o disco. Ninguém respira. Era um trabalho para "Ethan Hunt" de "Missão Impossível". Só no momento certo, e não antes, apertava-se o REC e o PLAY juntos. MISSÃO CUMPRIDA! (toque o tema final de missão impossível!).
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Era esse ritual o tempo todo. Faixa por faixa. Um erro, uma única tremida sequer e vc tinha que começar o processo de novo.
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Na boa, se isso, se todo esse trabalho não for entendido como uma declaração de amor, um símbolo da amizade, eu não sei dizer o que mais pode ser. Tudo por uma mísera fita. E olha, as meninas reconheciam. Elas sabiam do trabalho que dava fazer tudo isso. Pelo menos, 30% delas sabiam. (os outros 70% achavam que nós eramos vagabundos e que não tinhamos nada pra fazer...).
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Depois de todo esse discurso percebi que a Erika me olhava com aquela expressão de respeito e admiração. Era como se, apesar da tenra idade, ela tivesse realmente compreendido tudo aquilo que eu acabava de dizer.
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Eu podia ler em seu rosto. Havia um olhar de "saudade". Saudade de uma época que ela não viveu? Sim, estranho, ou talvez nem tanto. O sentimento de não ter vivido uma época mais ingênua, menos cínica e bem diferente daquela em que ela se vê presa hoje. Escrava de MP3, celulares, internet, câmeras digitais, orkut e vários outros gadgets tecnológicos. Uma época mais simples.
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Só então a Erika se volta para mim, e com os olhinhos brilhantes pergunta:
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- O que é LP?
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(Sério, eu vou jogar essa menina pela cerca!)
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No fim de tudo isso eu percebo que... Sou um péssimo fisionomista.
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Esse post é dedicado a todos aqueles que não conheceram o vinil.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Horror, o horror!! (PARTE 01)
Sei que é difícil assumir isso em público uma vez que o fã desse gênero sofre bastante preconceito. Mas eu confesso, sou um fã de filmes de terror. Talvez o preconceito seja por ser considerado um sub-gênero culturalmente pobre, dado ao grande volume de produções de baixa qualidade (Ainda que vários filmes do gênero já tenham sido indicados e vencedores do Oscar em diversas categorias).
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Quem me conhece pessoalmente sabe que eu gosto desse tipo de filmes e por isso mesmo costumo receber muitas críticas, especialmente das mulheres: "Como você pode gostar de sofrer assim?", "Que horror, como alguém aguenta passar horas angustiado dentro do cinema?" (É verdade, esses filmes causam taquicardia, tensão e, em alguns casos, uma angústia desesperadora que não te deixa relaxar medo). Mas a resposta sempre foi um vibrante e audível: "EU ADORO!" (que é logo seguido de um nariz torcido e/ou aquela expressão de coitado...)
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Sim, fãs do horror tem muita dificuldade de arranjar uma companhia feminina para esse gênero de filmes. Se você tem, é um felizardo. Para piorar eu AMO estar acompanhado porque são elas que sabem expressar melhor a sensação de pânico causada por alguns filmes. São elas que interagem melhor com a atmosfera do horror quando emprestam seus gritos, pulos e suspiros à experiência do filme (isso quando não cravam suas unhas em nossos braços... Ahhhhh delícia!). O que torna a sensação de terror ainda mais impactante.
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Eu realmente não sei explicar o porque dessa predileção. Lí em algum lugar que o medo é um dos sentimentos que fazem as pessoas se sentirem vivas (possivelmente quando ele passa... rs). Mas eu concordo totalmente. O legal do filme de terror é a sensação de "pânico sobre controle", sim, porque seu cérebro sabe que você está em um ambiente seguro (o cinema) mas ao mesmo tempo, quando você tem capacidade de interagir com o filme seus sentidos ficam confusos e você passa a agir e pensar como se aquelas cenas absurdas estivessem acontecendo com você (daí, é comum você ver, normalmente mulheres, gesticulando freneticamente enquanto falam para si mesmo (ou não) "sai daí! SAI DAÍ!" "AIMEUDEUS!" e eventualmente "AI, QUE BURRA!!". Isso quando não solta palavrões.
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Um dos filmes que mais me causou essa sensação foi A BRUXA DE BLAIR. Sim, eu sei que 90% das pessoas que vão me ler aqui acham que esse filme foi um lixo. Mas a pergunta é: Você assistiu no cinema? Porque em DVD ele não funciona. Eu estava no clima de toda aquela publicidade toda filme. O "Hype!" tinha me pegado. Apesar de saber que não era uma história real como chegou a ser dito, eu embarquei no filme e sofri. Sofri! O filme é um golpe, eu sei. Mas funciona!
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O clima de documentário, a filmagem amadora e em primeira pessoa (novidade na época), além de toda a mitologia criada pela Bruxa que existiria nas florestas de Burkitsville, me contagiaram. No cinema, um silêncio absurdo (Até porque não é um filme de sustos mas provoca mal-estar e muita, muita tensão).
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O filme começa com um ritmo lento mostrando os personagens interagindo entre sí enquanto coletam relatos dos habitantes locais sobre a suposta bruxa. Mas a coisa muda de figura logo que os três jovens se vêem perdidos no meio da floresta (ainda que possuam um mapa nas mãos). E a partir daí que surgem os primeiros sinais de bruxaria (e a câmera tremendo), o desaparecimento de um dos jovens (e a câmera tremendo), gritos angustiados durante a madrugada (e a câmera num surto epiléptico!) e... "OH MEU DEUS! O QUE É ISSO AMARRADO NESSE PANINHO? SÃO DENTES? UMA LÍNGUA??", - "JOSH!!!" JOOOOSHHHHHHHH!!" (E a câmera... quem é que consegue olhar para tela?) Até hoje eu não sei o que havia alí.
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Ao fim do filme eu concluo que: - Se tivesse aparecido alí na tela a porra de uma bruxa, eu não estaria aqui para escrever esse texto. Tinha infartado alí mesmo, no cinema, naquele instante! Para se ter idéia do terror, tive que fazer fisioterapia para poder soltar os dedos da poltrona de tão tenso que estava! Fiquei incomodado por dias. A Bruxa de Blair foi responsável, à epoca, pela consequência mais aterradora de todas: Estragou minha vida sexual naquele período (ou você achava que eu conseguia ganhar alguém perguntando para todo mundo: "Você viu o que aconteceu ao JOSH??" "Não, é sério? O QUE ACONTECEU AO JOSH?" )
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Mas antes da Bruxa de Blair chegar aos cinemas, eu já sentia medo. Muito medo. E o meu medo tinha um nome, "O iluminado". O filme de 1980 é baseado em um livro de Stephen King. No filme, "Jack-Tiozão-Prezepeiro-Nicholson" vive "Jack Torrance" que é contratado como segurança de um hotel que fica em toda a estação de inverno coberta pela neve. Ninguém entra ou sai e a única comunicação com o mundo exterior só pode ser feita por um rádio.
Assim, se mudam para o hotel, Jack, sua mulher e seu filho, onde terão que conviver sozinhos por um looongo tempo. O problema é que o isolamento começa a desencadear estranhas reações psicológicas em Jack, tornando extremamente perigosa a convivência com ele. Ao mesmo tempo, fatos bizarros sobrenaturais parecem ocorrer também com seu filho. E finalmente, tem o Stanley Kubrick dirigindo (isso sim dá medo!).
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Quando assisti esse filme pensei que o Kubrick, tinha algo pessoal contra mim e desejava minha morte. Assim, de repente. Branco de medo e de cabelo em pé. Pelamordedeus! O que é aquela velha no banheiro? E aquelas duas menininhas gêmeas no corredor? MALDITO VELOTROL!!! Por conta desse filme, até hoje, sou do tipo que entra em catarse em momentos de stress elevado, levanto o dedo indicador e repito em um tom hipnótico e com olhar vago: "REDRUM! REDRUM!" (Você não entendeu? Então você não assistiu ao filme! E não, não sou vidente!)
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Depois disso, a sensação de terror voltou em 1999, quando eu, ingenuamente fui ao cinema acompanhar a história de um menino que procura a ajuda de um psicólogo porque achava que podia- "see dead people"- se comunicar com os mortos e que esses, segundo ele, muitas vezes, não sabiam da sua condição.
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Eu ainda consigo me lembrar da sensação de pelos eriçados na nuca quando assisti "O SEXTO SENTIDO" pela primeira vez. Em particular, o meu nível de stress se deu naquela cena da menina que vomitava, ou quando o moleque é trancado num quarto em uma festa, ou finalmente quando... (REDRUM! REDRUM!) - Sr. Shyamalan, se o senhor estiver lendo, muito obrigado pelas noites sem dormir!!
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Mas o trunfo do filme está no final. Aquela sensação de surpresa quando a aliança cai e todas as peças fazem sentido. Só assistindo para entender -Se alguém te falar o final desse filme, está te roubando uma das maiores diversões de todos os tempos! Não deixe nunca ninguém fazer isso. Se tentarem, ao menos uma vez, soque-o na cara antes que te revelem que o Bruce Willis... -OUCH! (da cara dão!)
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Enfim, depois do meu post sobre filmes de ficção, recebi muitas reclamações quanto aos tamanhos dos textos (Eu acho que me empolgo quando o assunto é interessante). Algumas das pessoas que tem acompanhado o blog durante o horário de trabalho (estatísticas apontam que 97,9%), reclamam que textos longos tem afetado a produção. De acordo com recentes pesquisas, os textos do meu blog tem sido responsáveis por 13,7% das suspensões sem remuneração e por 0,9% na queda do PIB nacional*.
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Sendo assim, em respeito as poucas almas desgarradas que lêem essas muitas palavras vou encerrar esse por aqui como parte 01 ou para ser mais dramático "to be continued" (Tela escura com letras brancas... )
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Aguarde nossa emocionante conclusão a seguir.
TCHAN-TCHAN-TCHAAAAAANNNNNNN!!!
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* Como disse o sábio Homer Simpson uma vez: "As pessoas inventam estatísticas para provar qualquer coisa. 40% das pessoas sabem disso"
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Hora de cinema - Filmes de ficção!!
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Quem não se lembra, quando pequeno, ficar acordado até mais tarde para assistir escondido aquele filme de terror do corujão ou supercine (ex.: pague para entrar, reze para sair). Quem não se lembra, até hoje, passados tantos anos, não do filme, mas da emoção de se assisti-lona tela do cinema pela primeira vez. Sim, o cinema está presente em vários momentos das nossas vidas (na minha, em particular, quando eu volto para casa depois de algumas baladas - E como se eu estivesse em um filme do Bruce Willis - Sempre uma grande aventura que envolve gritos, explosões, carros colidindo e muita, muita confusão).
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Tive uma namorada que só gostava de filme arte ou alternativo. Na época em que estávamos juntos, eu só podia ver esse tipo de filmes. Nada de filme comercial. "O odor das papayas verdes", "Perdas e Danos", "Madame Butterfly", "lua de Fel", foram alguns que eu lembro. Nada contra um filme alternativo de vez em quando.. mas sempre? DEUS! Tinha vezes que eu saia do cinema deprimido. Quase sempre aqueles finais trágicos. Todo mundo morre no fim de maneira estúpida (e tem gente que fala que filme de terror é do mal!!). Se eu falasse de filme de ação, era motivo de briga. Quando terminamos a primeira coisa que fiz foi assistir CON-AIR. Puta filme ruim. Clichê, cheio de explosões e com uma história sem o menor sentido... Ahhh! Era o que eu precisava.
.
Eu me considero uma pessoa bastante eclética quanto a filmes: Europeu, Coreano, Japonês, Americano, alternativo ou Mainstream eu assisto, desde que seja um filme inteligente e/ou divertido (Sim, porque independente do gênero, odeio filmes que me consideram um imbecil – Tipo, "Vamos nos separar, assim temos mais chances de sair daqui"...).
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Um dos gênero que eu mais gosto são aqueles que mostram uma realidade além dessa na qual você, pobre mortal, se encontra nesse momento. Filmes que desvendem as infinitas possibilidades de uma época na qual muitos de nós não estarão presentes para assistir (Não olhem pra mim, eu pretendo me congelar. Me acordem no futuro!).
Quem não se lembra, quando pequeno, ficar acordado até mais tarde para assistir escondido aquele filme de terror do corujão ou supercine (ex.: pague para entrar, reze para sair). Quem não se lembra, até hoje, passados tantos anos, não do filme, mas da emoção de se assisti-lona tela do cinema pela primeira vez. Sim, o cinema está presente em vários momentos das nossas vidas (na minha, em particular, quando eu volto para casa depois de algumas baladas - E como se eu estivesse em um filme do Bruce Willis - Sempre uma grande aventura que envolve gritos, explosões, carros colidindo e muita, muita confusão).
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Tive uma namorada que só gostava de filme arte ou alternativo. Na época em que estávamos juntos, eu só podia ver esse tipo de filmes. Nada de filme comercial. "O odor das papayas verdes", "Perdas e Danos", "Madame Butterfly", "lua de Fel", foram alguns que eu lembro. Nada contra um filme alternativo de vez em quando.. mas sempre? DEUS! Tinha vezes que eu saia do cinema deprimido. Quase sempre aqueles finais trágicos. Todo mundo morre no fim de maneira estúpida (e tem gente que fala que filme de terror é do mal!!). Se eu falasse de filme de ação, era motivo de briga. Quando terminamos a primeira coisa que fiz foi assistir CON-AIR. Puta filme ruim. Clichê, cheio de explosões e com uma história sem o menor sentido... Ahhh! Era o que eu precisava.
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Eu me considero uma pessoa bastante eclética quanto a filmes: Europeu, Coreano, Japonês, Americano, alternativo ou Mainstream eu assisto, desde que seja um filme inteligente e/ou divertido (Sim, porque independente do gênero, odeio filmes que me consideram um imbecil – Tipo, "Vamos nos separar, assim temos mais chances de sair daqui"...).
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Um dos gênero que eu mais gosto são aqueles que mostram uma realidade além dessa na qual você, pobre mortal, se encontra nesse momento. Filmes que desvendem as infinitas possibilidades de uma época na qual muitos de nós não estarão presentes para assistir (Não olhem pra mim, eu pretendo me congelar. Me acordem no futuro!).
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Adoro o cinema fantástico com todas as suas vertentes e sub-gêneros como a ficção científica, por exemplo. Assistir a visão de um diretor sobre os caminhos que a humanidade pode trilhar amanhã é simplesmente fascinante. Ainda que seja um gênero díficil de se encontrar bons filmes, vez por outra se destacam idéias originais e surpreendentes, como é o caso de Matrix de 1999. Na verdade, costumo dizer que minha vida está dividida em dois grandes momentos. O fim do meu "casamento" e o lançamento de Matrix, não necessáriamente nessa ordem (ignore as continuações, Matrix só existe um, o resto é caça-niquéis...!).
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Eu não sou uma pessoa obcecada. Matrix, por exemplo, eu assisti só 30 vezes (Normal, ué!). A cada vez, um novo detalhe era revelado. O cuidado com a produção, (o piso que trinca quando a Trinity cai chão), os efeitos especiais embasbacantes, as seqüências em slow-motion, o tom verde das cenas dentro da matrix e o tom azul no mundo real (aposto como você não observou esse detalhe) e ainda a trilha sonora matadora, além de todas as teorias e filosofias citadas no filme, fizeram de matrix um ícone do cinema moderno.
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Lembro que você podia dividir as pessoas em três grupos, as que adoravam matrix, as que odiavam matrix e as que não entendiam matrix (coincidentemente esse último grupo adorava musica baiana, axé e sertanejo. E não, não é preconceito!). Mas ao mesmo tempo, permitia que agora, o boy do escritório, o rapaz que trabalhava no protocolo e a moça que limpava minha mesa, se perguntassem se era realmente possível dobrar a colher ou mesmo se ela a colher realmente existia? (se você ouve musica axé, sertaneja ou não assistiu o filme, não tente entender). Era um fenômeno. Nunca o cinema do Mainstream tinha questionado nossa realidade em larga escala. Além disso, carregava tantas referências a religião e filosofia que era necessário um guia para se compreender Matrix em sua totalidade. Como resultado, as frases do filme eram repetidas exaustivamente em todos os cantos: "Unfortunately, no one can be told what the Matrix is. You have to see it for yourself" (minha preferida!). Um filme inesquecível.
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Isso me lembrou o Exterminador do Futuro, outro filme de ficção que tem como mérito eternizar frases de efeito como as clássicas "HASTA LA VISTA, BABY" e "I´LL BE BACK"! Eu lembro que fui assistir com os amigos no cine Karin da 110 sul. Saímos de lá quicando pela adrenalina. Hiperativos e nervosos passamos a noite toda discutindo as possibilidades de viagens no tempo até a cabeça trincar.
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Eu não sou uma pessoa obcecada. Matrix, por exemplo, eu assisti só 30 vezes (Normal, ué!). A cada vez, um novo detalhe era revelado. O cuidado com a produção, (o piso que trinca quando a Trinity cai chão), os efeitos especiais embasbacantes, as seqüências em slow-motion, o tom verde das cenas dentro da matrix e o tom azul no mundo real (aposto como você não observou esse detalhe) e ainda a trilha sonora matadora, além de todas as teorias e filosofias citadas no filme, fizeram de matrix um ícone do cinema moderno.
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Lembro que você podia dividir as pessoas em três grupos, as que adoravam matrix, as que odiavam matrix e as que não entendiam matrix (coincidentemente esse último grupo adorava musica baiana, axé e sertanejo. E não, não é preconceito!). Mas ao mesmo tempo, permitia que agora, o boy do escritório, o rapaz que trabalhava no protocolo e a moça que limpava minha mesa, se perguntassem se era realmente possível dobrar a colher ou mesmo se ela a colher realmente existia? (se você ouve musica axé, sertaneja ou não assistiu o filme, não tente entender). Era um fenômeno. Nunca o cinema do Mainstream tinha questionado nossa realidade em larga escala. Além disso, carregava tantas referências a religião e filosofia que era necessário um guia para se compreender Matrix em sua totalidade. Como resultado, as frases do filme eram repetidas exaustivamente em todos os cantos: "Unfortunately, no one can be told what the Matrix is. You have to see it for yourself" (minha preferida!). Um filme inesquecível.
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Isso me lembrou o Exterminador do Futuro, outro filme de ficção que tem como mérito eternizar frases de efeito como as clássicas "HASTA LA VISTA, BABY" e "I´LL BE BACK"! Eu lembro que fui assistir com os amigos no cine Karin da 110 sul. Saímos de lá quicando pela adrenalina. Hiperativos e nervosos passamos a noite toda discutindo as possibilidades de viagens no tempo até a cabeça trincar.
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Entretanto, filmes com viagem no tempo nem sempre funcionam bem, apesar de serem interessantes, como é o caso de "Efeito borboleta", que eu não considero tão grandioso quanto os mencionados anteriormente, mas que, apesar dos furos no roteiro (filmes de viagens no tempo sempre tem), te fazem ter um curto circuito na rede neural discutindo as possibilidades de mudar seu próprio futuro, se você pudesse alterar uma única ação no passado.
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Primo do exterminador, ROBOCOP foi outro filme traumático. A violência explicita de Paul Verhomen explodia na tela. Eu quase podia sentir os respingos de sangue no meu rosto enquanto assistia ao filme e comia pipoca (que tinha um gosto estranho). E eu não piscava. Por meses eu imitei o Robocop andando fazendo o barulhinho das pisadas com a boca. (mas não se preocupe, depois do tratamento de choque eu parei com isso) Tzzimmm! (OPS!) .
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Agora, trauma mesmo me causou "Alien, o oitavo passageiro" de 1979 (o filme não envelheceu nada, é perfeito!). Nossa, o que o Ridley Scott tinha na cabeça quando concebeu esse filme?? Ele foi tão assustador e bizarro que eu carregarei os traumas para sempre. E o Alien em sí é totalmente... Alienígena mesmo. Um misto de barata bípede negro e praticamente indestrutível. Se um causou todo aquele terror, imagina a sua continuação Aliens de 1986. CAOS TOTAL! No caso de Aliens eu não desconsidero nenhuma das continuações. A serie (com exceção de Aliens Vs. Predador), sempre soube manter o ótimo nível.
Ainda nessa linha de Terror e Ficção (que assim como a caipirinha de siriguela, é uma rara, mas excelente combinação) temos o ótimo e pouco conhecido "Enigma do Horizonte", onde uma nave chamada "Event Horizon" (Título original do filme), misteriosamente reaparece no espaço, sete anos após um acidente em um experimento de viagem no hiper-espaço. Uma equipe de resgate, chefiada pelo matador Laurence Fishburne (o Morpheus de Matrix) é enviada com a missão de descobrir o que aconteceu a tripulação da Event Horizon e por onde foi que ela esteve. O que a equipe de resgate não sabe é que a resposta a essa pergunta pode ter consequências inimagináveis. Terror e suspense de fazer roer as unhas (como se eu precisasse disso para faze-lo.)
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Agora, trauma mesmo me causou "Alien, o oitavo passageiro" de 1979 (o filme não envelheceu nada, é perfeito!). Nossa, o que o Ridley Scott tinha na cabeça quando concebeu esse filme?? Ele foi tão assustador e bizarro que eu carregarei os traumas para sempre. E o Alien em sí é totalmente... Alienígena mesmo. Um misto de barata bípede negro e praticamente indestrutível. Se um causou todo aquele terror, imagina a sua continuação Aliens de 1986. CAOS TOTAL! No caso de Aliens eu não desconsidero nenhuma das continuações. A serie (com exceção de Aliens Vs. Predador), sempre soube manter o ótimo nível.
Ainda nessa linha de Terror e Ficção (que assim como a caipirinha de siriguela, é uma rara, mas excelente combinação) temos o ótimo e pouco conhecido "Enigma do Horizonte", onde uma nave chamada "Event Horizon" (Título original do filme), misteriosamente reaparece no espaço, sete anos após um acidente em um experimento de viagem no hiper-espaço. Uma equipe de resgate, chefiada pelo matador Laurence Fishburne (o Morpheus de Matrix) é enviada com a missão de descobrir o que aconteceu a tripulação da Event Horizon e por onde foi que ela esteve. O que a equipe de resgate não sabe é que a resposta a essa pergunta pode ter consequências inimagináveis. Terror e suspense de fazer roer as unhas (como se eu precisasse disso para faze-lo.)
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O tema de visitante alienígenas "du mal" são quase uma obsessão em Hollywood. São tantos filmes dessa linha que fica difícil escolher um. Ainda assim eu destacaria o adorável e repugnante THE THING ou "Enigma do outro mundo", no Brasil.
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Lançado em 1982, The Thing o filme bateu de frente com um outro filme do mesmo gênero, lançado na mesma época, ET- O Extraterrestre, que foi considerado um fenômeno de bilheteria em todo mundo enquanto "The Thing" foi praticamente esquecido, uma tremenda injustiça porque o filme é fantástico! O interessante é que os dois filmes apresentam visões distintas sobre o mesmo tema: alienígenas. Enquanto ET mostrava a chegada de um alienígena bonzinho (BLEARGH!). The Thing focava uma ameaça mortal vindo do espaço e que mostra o quanto nos, seres humanos, podemos ser frágeis diante de uma ameaça desconhecida.
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The Thing que de fato é uma refilmagem de "O monstro do Ártico" (The Thing from another world de 1951). Na trama, membros de uma equipe de pesquisa no ártico se veem envolvidos em uma batalha contra uma criatura alienígena parasita com capacidade de "clonar" perfeitamente suas vítimas, fazendo com que a equipe desconfie de quem é realmente humano ou não. O filme é "adrenalítico" (sim, acabei de inventar essa palavra). O clima do filme oscila entre a atmosfera de paranóia que divide os personagens e a "brodagem" masculina que tenta preservar uns aos outros diante da ameaça que vem do espaço. Destaque para os efeitos especiais mais nojentos da história do cinema!!
The Thing que de fato é uma refilmagem de "O monstro do Ártico" (The Thing from another world de 1951). Na trama, membros de uma equipe de pesquisa no ártico se veem envolvidos em uma batalha contra uma criatura alienígena parasita com capacidade de "clonar" perfeitamente suas vítimas, fazendo com que a equipe desconfie de quem é realmente humano ou não. O filme é "adrenalítico" (sim, acabei de inventar essa palavra). O clima do filme oscila entre a atmosfera de paranóia que divide os personagens e a "brodagem" masculina que tenta preservar uns aos outros diante da ameaça que vem do espaço. Destaque para os efeitos especiais mais nojentos da história do cinema!!
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Mas não é necessário investir em milhões de dólares em efeitos especiais para se ter uma ótimo filme. Vide o exemplo de GATTACA que, apesar de não ser terror, assusta tanto quanto the thing justamente porque ele tem se mostrado cada vez mais real. Quase premonitório, GATTACA mostra uma sociedade que analisa o DNA das pessoas e determina o lugar que elas deverão ocupar de acordo com sua disposição genética. Os humanos criados tradicionalmente (tradicional entenda, balada + álcool + sexo louco e selvagem) são considerados inferiores, e ocupam cargos menos valorizados. A verdade é que a cada dia que passa estamos cada vez mais próximo desse controle. Os avanços da medicina cada vez mais propiciam a manipulação genética. Quanto tempo até as empresas pedirem um exame genético para permitir sua admissão? (sim, isso dá medo!)
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Mas os filmes de ficção que mais gosto, são aqueles que mostram um futuro onde a sociedade encontra sua derrocada final, diferente de GATTACA, que tem uma visão de futuro meio clean e estéril a lá Star Trek. Gosto dos filmes que retratam um futuro onde as economias dos países faliram. Guerras dizimaram nações e doenças estão fora do controle. Lamentavelmente, e sem querer ser negativo, acho que essa é a linha que a humanidade vai acabar seguindo se não mudar o rumo da sua história agora (sim, discurso ecológico no meu post!).
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Nessa linha, eu citaria o fantástico Blade Runner (dirigido por Ridley Scott, o mesmo de Alien) onde num futuro caótico, um caçador de andróides (replicantes) se vê diante de um grande desafio ao se envolver na caça a 4 replicantes renegados. O filme leva o personagem a refletir sobre o que é ser humano e o valor da própria vida num clima de filme policial Noir.
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Mas os filmes de ficção que mais gosto, são aqueles que mostram um futuro onde a sociedade encontra sua derrocada final, diferente de GATTACA, que tem uma visão de futuro meio clean e estéril a lá Star Trek. Gosto dos filmes que retratam um futuro onde as economias dos países faliram. Guerras dizimaram nações e doenças estão fora do controle. Lamentavelmente, e sem querer ser negativo, acho que essa é a linha que a humanidade vai acabar seguindo se não mudar o rumo da sua história agora (sim, discurso ecológico no meu post!).
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Nessa linha, eu citaria o fantástico Blade Runner (dirigido por Ridley Scott, o mesmo de Alien) onde num futuro caótico, um caçador de andróides (replicantes) se vê diante de um grande desafio ao se envolver na caça a 4 replicantes renegados. O filme leva o personagem a refletir sobre o que é ser humano e o valor da própria vida num clima de filme policial Noir.
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Com muitos aspectos em comum eu ainda citaria o bastante recente mas incrivelmente bom, "Filhos da esperança" – Children of Man (que por sinal, é sempre citado como o novo Blade Runner). Quando, num mundo destruído por fome, guerras e explosão populacional, os humanos não mais podem reproduzir. A humanidade está condenada a extinção. Em meio ao caos urbano, um ex-ativista político se vê envolvido numa trama para transportar para um santuário, em segredo, uma descoberta que pode mudar os rumos da humanidade. Uma mulher grávida. Clive Owen chutando bundas. A seqüência do ataque na floresta é embasbacante!
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A lista de filmes apresentada aqui é muito pessoal, são filmes que eu considero impactantes em um ou outro aspecto. É claro, existem muitos outro filmes nesse gênero que eu adoro mas tentei me controlar aqui para não falar muito e, naturalmente, sacrifiquei um ou outro que acho fantástico como a serie MAD MAX por exemplo.
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Alguns nerds podem me perguntar: "Mas e Star Trek e/ou Star Wars"??? Bem, apesar de acha-los "divertidos", não causaram para mim, o mesmo impacto que alguns dos filmes citados.
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E antes que você diga, sim eu sei que o post ficou grande. Isso porque eu deixei de citar também um dos primeiros filmes de ficção que me causou taquicardia. Lembra do começo do meu post quando mencionei o corujão? Esse é um deles. "The invasion of the Body Snatchers" - ou "Invasores de corpos" - Não me refiro a nenhum dos remakes feitos, (incluindo o último "The Invasion" com a Nicole Kidman que é muito bom), mas o de 78 que é simplesmente aterrador (A cena final desse filme me fez ficar sem dormir por anos e anos) - pronto, falei do que faltava e nem doeu, doeu?!
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É isso ai pessoal, como dizia o Spock (pra não falar que não citei Star trek) "Vida longa e próspera!"
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Ps - Se você é fã do gênero, e não assistiu algum desses filmes, eu recomendo fortemente que você assista. AGORA!!!
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Ps - Se você é fã do gênero, e não assistiu algum desses filmes, eu recomendo fortemente que você assista. AGORA!!!
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E em breve, o horror.. O horror!
E em breve, o horror.. O horror!
terça-feira, 8 de abril de 2008
quinta-feira, 3 de abril de 2008
O velho louco...
Um fim de semana ensolarado com uma leve brisa gélida. Era fim de outubro, decidimos eu, minha namorada e um casal de amigos, passar o fim de semana em Caldas Novas, cerca de 300 km de Brasília. Fomos todos em meu carro. Saímos na sexta direto do trabalho, por volta das 16:00hs. Estrada vazia e paisagem monótona como é típica de cerrado. O cerrado na verdade, tem um tipo de paisagem curiosa. Eu acho que é possível pintar um quadro enquanto se dirige porque durante toda a viagem o cenário não muda. (vou tentar isso um dia).
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Estavamos no horário de verão e a tarde demorava mais a passar. O som alegre de Cake - "Fashion Nugget", vibrava nos alto falantes, embalando nossa percurso enquanto assistíamos a lenta descida do sol. O céu limpo e sem nuvens oscilava entre as cores vermelho, o laranja e o rosa (viu, eu disse que devia ter levado pincel e tinta). As sombras das árvores tomavam dimensões gigantescas, enquanto todo o resto do cenário tinha um tom alaranjado.
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Em determinado momento da viagem, minha namorada reclamou que sentia sede e coincidentemente, eu começava a sentir uma leve pressão na bexiga. Seria bom uma parada para esticar as pernas e relaxar, afinal, ninguém ali estava com pressa mesmo. Paramos num posto de beira de estrada. Simples, todo pintado em um tom de verde suave. Parecia ser limpo e organizado. Desci do carro para ir ao banheiro enquanto minha namorada foi comprar algo para beliscar. Nossos amigos ficaram no carro .
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Na entrada da lanchonete, percebi que do lado de fora havia um senhor idoso, gordo, de barba falha e branca e de feições rosadas, que resmungava sozinho entre as moscas que passavam por sua cabeça. Se estivesse de vermelho, eu o confundiria com Papai Noel. Apesar do clima agradável que fazia aquela tarde, o velho usava um paletó cinza, bastante sujo e um quepe preto. Sua barba branca/amarelada, curta, e cheia de falhas, parecia ter sido cortada a tesoura. Possivelmente, um parente do dono da lanchonete, já completamente senil que, para o agrado da família, foi "contratado" como segurança do restaurante, pensei.
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No interior da lanchonete, que mais parecia um mini mercado, havia várias prateleiras de salgadinhos e doces, o que dificultava a visualização de uma placa que indicasse os banheiros. Nada. Percebi que o garçom, um garoto com não mais que 17 anos, vinha apressadamente na minha direção carregando uma bandeja de alumínio com uma cerveja em uma das mãos levantas na altura da sua cabeça.
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Pensei em pedir uma orientação, mas antes que pudesse terminar o "Por favor", o moleque passou do meu lado sem nem ao menos perceber minha existência. "Que falta de respeito!", pensei. De repente, o velho de quepe levanta o braço e grita com uma voz rouca: -"ÔU"!. Percebi que ele tentava fazer contato comigo. Possivelmente queria pedir dinheiro ou algo assim. Fingi que não vi. Se tem uma coisa que eu aprendi é evitar contato visual com loucos.
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O Garçom já estava voltando. Talvez ele não tivesse percebido. Mais enfático dessa vez eu disse "- Ô Amigo, eu..", e mais uma vez ele passou por mim, antes que eu chegasse ao meio da frase, sem ao menos me notar. Mais uma vez ouvi o grito rouco: - "OOOU!!", o velho na mesa agora agitado, balançava os dois braços freneticamente (como se antes não fosse suficiente). Mais uma vez desviei o olhar. "Só pode ser brincadeira!". Procurei as câmeras para me certificar de que não era uma daquelas pegadinhas. "Ou talvez eu esteja em um daqueles filmes de terror em que o personagem principal não se deu conta ainda de que ele já morreu e agora é um fantasma e ninguém pode vê-lo?". Enquanto eu elaborava uma teoria que fosse coerente, o velho continuava gesticulando. Passei por um espelho e vi o meu reflexo, então morto eu não estava. "Mas que falta de educação desse povo". Fui até o caixa, puto, e perguntei ao rapaz onde seria o banheiro. Ele indicou e fui lá resolver meu problema.
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Na saída, peguei uns pacotes de doritos e algumas garrafas de água e seguia em direção ao carro. Ao ver o Garçom fechei a cara. (Devia ter reclamado dele para o Gerente, isso é jeito de tratar um cliente?) Fui em direção ao carro, e lá estava o louco de novo que, ao meu ver, ficou todo agitado: - ÔUU! ÔUUU! ÔU Moço! "Deus! Mal posso esperar pra sair daqui", pensei.
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Ao passar na frente do velho, já nervoso, ele grita mais uma vez. Mas dessa vez, diz algo que me fez parar por um segundo assim que o meu cérebro processou a informação. Ainda assim continuei andando firme na direção do carro, sem ao menos olhar para os lados e totalmente constrangido. Como no final de um filme de mistério, agora as peças se encaixavam. O desfecho final. O clímax da história. As palavras do velho louco vão ecoar pra sempre em minha mente: "Ele é surdo!" Gritava o velho louco... (Tchan – Tchan - Tchaaaannnn!!)
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Na saída, peguei uns pacotes de doritos e algumas garrafas de água e seguia em direção ao carro. Ao ver o Garçom fechei a cara. (Devia ter reclamado dele para o Gerente, isso é jeito de tratar um cliente?) Fui em direção ao carro, e lá estava o louco de novo que, ao meu ver, ficou todo agitado: - ÔUU! ÔUUU! ÔU Moço! "Deus! Mal posso esperar pra sair daqui", pensei.
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Ao passar na frente do velho, já nervoso, ele grita mais uma vez. Mas dessa vez, diz algo que me fez parar por um segundo assim que o meu cérebro processou a informação. Ainda assim continuei andando firme na direção do carro, sem ao menos olhar para os lados e totalmente constrangido. Como no final de um filme de mistério, agora as peças se encaixavam. O desfecho final. O clímax da história. As palavras do velho louco vão ecoar pra sempre em minha mente: "Ele é surdo!" Gritava o velho louco... (Tchan – Tchan - Tchaaaannnn!!)
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Entrei no carro, sem dizer uma palavra. Liguei o motor e percebi que quase já não havia oxigênio no veículo. Minha namorada e meus amigos haviam consumido todo o ar de tanto rir. Aumentei o som tentando abafar o som dos risos, enquanto seguia viagem.
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