Tive a oportunidade de fazer uma viagem a trabalho por 3 países da AmericaCentral. Apesar do curto período e da agenda apertada, tive chance de viver, nos poucos dias que tive, um pouco da cultura e dos ares de da Costa Rica, El Salvador e Guatemala.
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Para quem nunca havia visitado um país latino de língua hispânica, era totalmente uma novidade. E foi uma viagem cheia de surpresas interessantes.
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Quer dizer, exceto pelo terremoto que tivemos. Mas, não foi nada sério. Apenas 6.7 na escala Richter, segundo os jornais. Como o terremoto se iniciou no mar, sentimos apenas a vibração nas pernas como se estivessemos em cima de uma estação de metrô.
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Os tremores duraram cerca de 2 minutos. Eram quase nove da noite e estavamos no restaurante do hotel. Os Costariquenhos continuavam a beber como se nada tivesse acontecendo. Olhavamos intrigados enquanto apertavamos o peito com um início de ataque cardíaco.
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Além do tremor, tivemos outras surpresas por aqui. A maior delas foi saber que a expectativa de vida do Costariquenho chega a ser de 74/79 anos. Só pode ser por eles serem um país muito religioso porque, pelo tipo de comida que eles comem, é um milagre eles ultrapassarem os 30.
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Para se ter idéia, comem usualmente banana frita, linguiça e ARROZ COM FEIJÃO. Seria normal se isso não acontecesse, nas 3 refeições diárias, incluindo no café da manhã. Acho que engordei 2 quilos, no segundo dia da viagem.
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Todas as três capitais são bastante movimentadas e tudo é muito urbanizado. Só tenho medo de não me acostumar mais a andar pela cidade sem os batedores abrindo o trânsito pela cidade. Sim, por que, como se trata de uma missão sobre tema de segurança pública a polícia tem mandado escoltas para nos acompanhar em todas as reuniões.
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Param o trânsito para a passagem dos nossos carros. Cruzamos por áreas destinadas só para pedestres. Me senti como o papa e vou acenando para as pessoas que passam pelas ruas assistindo nosso desfile. Meu ego nunca ficou tão inflado. Comecei a tomar anti-inflamatório para ver se diminui esse inchaço. Esse é um tratamento que eu gostaria de receber em todas as minhas missões. Mas nunca mais aconteceu.
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No mais, fica o registro de que continuo cometendo incidentes diplomáticos por onde quer que eu passe. Ontem, em um jantar com oficiais da polícia, um dos representantes da missão, que não pode estar presente, me pediu para entregar a um ex-bolsista dos cursos no Brasil, uma garrafa de cachaça brasileira para um oficial de El Salvador.
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Ao encontrar o oficial, entreguei-lhe a garrafa dizendo, "El señor XXX te mando una pinga". O oficial levou a mão a arma na cintura, olhou para mim e para o pacote fechado e cilindrico com cara de espanto.
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Foi quando outro oficial me informou que pinga era o nome que usavam para o aparelho reprodutor
masculino. Me justifiquei dizendo, "Soy apenas brasileño... e estúpido!"