15:45 de uma quarta-feira. Meu celular toca. Na tela do aparelho surge um nome que, a princípio, demorei a reconhecer. Era um ex-rolo meu com quem eu não falava já fazia algum tempo. Sabe aquela pessoa com quem você saia e no começo parecua ser a maior novidade mas depois de algum tempo (tipo, no dia seguinte) você descobre que vocês dois não tem nada em comum? Pois é, era ela.
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Fiz uma cara suspeita mas atendi a ligação. Do outro lado eu ouvi o seu adorável e característico cumprimento:
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-Oie linduuuu! (Deu para entender porque era um "ex-rolo"?) Nossa, há quanto tempo! Você sumiu!!
- Pois é... (foi a melhor coisa que consegui pensar. Estava sem paciência no dia...);
- Estava pensando muito em você esses dias, viu gato? (hã, gato? Nesse momento tive certeza que não era em mim que eu estava pensando). Mas parece que você "si isqueceu" de mim, né? (Não, mas eu juro que estava tentando). Faz tanto tempo que não nos vemos, né, to com "saudadinha" de você, viu? (Saudadinha??? Só faltou um "miguxo" no fim da frase).
-Pois é... (respondi num ímpeto de originalidade. O que vocês esperavam? Um "eu também?");
-Você não quer sair para jantar comigo? Tenho convites, ela disse.
-Pois é... (respondi no modo automático e sem pensar mas me dei conta de que era uma pergunta de verdade...) Perai, você disse jantar???
- É... Eu ganhei um convite para um jantar de graça com direito a acompanhante. Lembrei de você e pensei que fosse uma boa oportunidade de nos vermos novamente...
(É claro que depois da parte do "de graça" eu não prestei muita atenção em nada...)
-Ué, pode ser... Onde e quando?
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Fiz uma cara suspeita mas atendi a ligação. Do outro lado eu ouvi o seu adorável e característico cumprimento:
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-Oie linduuuu! (Deu para entender porque era um "ex-rolo"?) Nossa, há quanto tempo! Você sumiu!!
- Pois é... (foi a melhor coisa que consegui pensar. Estava sem paciência no dia...);
- Estava pensando muito em você esses dias, viu gato? (hã, gato? Nesse momento tive certeza que não era em mim que eu estava pensando). Mas parece que você "si isqueceu" de mim, né? (Não, mas eu juro que estava tentando). Faz tanto tempo que não nos vemos, né, to com "saudadinha" de você, viu? (Saudadinha??? Só faltou um "miguxo" no fim da frase).
-Pois é... (respondi num ímpeto de originalidade. O que vocês esperavam? Um "eu também?");
-Você não quer sair para jantar comigo? Tenho convites, ela disse.
-Pois é... (respondi no modo automático e sem pensar mas me dei conta de que era uma pergunta de verdade...) Perai, você disse jantar???
- É... Eu ganhei um convite para um jantar de graça com direito a acompanhante. Lembrei de você e pensei que fosse uma boa oportunidade de nos vermos novamente...
(É claro que depois da parte do "de graça" eu não prestei muita atenção em nada...)
-Ué, pode ser... Onde e quando?
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Ela me passou as coordenadas. Segundo ela, tratava-se de um jantar oferecido por uma empresa para "parceiros" em uma famosa churrascaria da cidade, só para convidados "Vips". Tudo "na faixa", como ela mesma disse. UEBA! (Foi o que eu pensei irresponsavelmente sem imaginar que na vida, tudo tem um preço...)
.
Mais tarde nos encontramos na porta da churrascaria. Sorrisos, abraços e beijinhos. Ela entregou os convites ao recepcionista que nos apontou na direção da escadaria informando que o jantar aconteceria numa sala de eventos especial do restaurante, localizada no segundo pavimento da churrascaria. Estranhei ainda mais. Porque nos isolar dos outros clientes? Havia alguma coisa que não cheirava bem, e não era a comida. Eu podia sentir algo errado no leve tilintar do meu sentido de aranha.
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No topo da escadaria uma porta dupla. Ao abrir, o som antes abafado de musica, conversas e risos invadiram meus ouvidos. Era uma sala grande, com as mesas distribuídas nas laterais e um buffet no centro (no estilo Self-service). Todos estavam bem vestidos. Ao entrarmos, uma morena baixinha e de cabelos curtos pareceu ter reconhecido minha companhia e imediatamente levantou-se sorrindo e veio na nossa direção. Meu instinto tilintava mais alto que a música. Ao ser apresentado, ela comentou comigo:
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- Nossa, a "Simone" (minha acompanhante, nome fictício é claro) deve gostar muito de você por ter te escollhido, dentre todos os amigos dela, para ser agraciado com uma oportunidade dessas.. (sentido gritando).
O-oportunidade? Que oportunidade?? Gaguejei apreensivo como se pudesse antecipar que algum ruim viria a seguir. (não era mais sentido, era uma sirene!)
A oportunidade de mudar sua vida... (Foi nesse momento que o tempo parou. O único som que eu conseguia ouvir eram dos meus batimentos cardíacos e a lenta e pesada frase que saia da boca daquela mulher... – VOCÊ JÁ CONHECE OS PRODUTOS HERBALIFE?? (Tchan-tchan-tchaaaan! Santas armadilhas Batman!! E eu cai direitinho!!).
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Me sentia traído. Pude sentir uma súbita sensação de calor subir pelo meu rosto. O repentino aumento do fluxo sangüíneo me deixou tonto por alguns segundos. Sentia a explosão de adrenalina. Tudo aconteceu muito rápido a partir daí. Eu agarrei o Braço da minha acompanhante e a empurrei com violência na direção das mesas enquanto gritava "THIS IS SPARTA!". Ela rolou por cima da mesa se agarrando à toalha que foi ao chão levando todos os pratos e talheres numa queda patética e ruidosa. Com os cabelos desgrenhado e olhos injetados de sangue ela, ainda no chão, agarra algumas das facas e garfos e os lança em minha direção. Eu seguro a baixinha de cabelos curtos e uso como escudo. Subitamente, dois homens de terno preto se levantam numa atitude ameaçadora. Antes que eu pudesse esboçar qualquer reação, sou atingido por uma nuvem de Pó instantâneo para controle de peso Herbalife, que me cega de imediato. Impossibilitado de abrir os olhos, não me restava outra saída senão me atirar contra a janela atrás de mim, sendo acompanhado até o chão pelos estilhaços de vidro.
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Pelo menos foi assim que eu imaginei em um flash de segundo. Na verdade, o que eu fiz foi agarrar o braço da "Simone" e cochichar num tom rispido mas discreto:
- Porque você não me avisou que era isso???
Ela sorriu amarelo olhando para os lados:
Porque fiquei com medo que você não quisesse vir! (Sério? Ah-DÃÃ??)
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A amiga dela nos acompanhou até a nossa mesa descrevendo as vantagens de se integrar a família Herbalife e que o destino as vezes apresenta uma oportunidade única de mudarmos de vida e essa era uma dessas chances. Ela falava sobre o "supervisor" dela que antes era gerente do Banco do Brasil e que em poucos meses largou o emprego porque estava ganhando muito dinheiro com a Herbalife e tal. E eu rezei. Rezei para que meu celular tocasse. Ou um avião da TAM atravessasse as paredes. Quem sabe um tsunamizinho básico, somente para interromper aquele blablabla incessante. Mas não, nessas horas nada disso acontece.
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O discurso era tão automático que eu olhei pra trás para ver se alguém segurava cartazes com texto para ela ler. Conforme treinada ela chega a parte interativa do discurso me perguntando:
- Então, você está feliz com o que você está ganhando hoje em dia?
- Essa é uma pergunta capciosa, não? – respondi educadamente enquanto assistia o sorriso dela murchar – O que você quer que eu diga? Quem é que está feliz com o que ganha? As pessoas vivem conforme suas rendas. Se eu ganhasse 10 vezes mais do que hoje tenho certeza que, após algum tempo, isso não seria suficiente, concorda?
- É.. mas... er... Eu... Ela gaguejou e eu soube que tinha feito algo bom. Me senti bem. E fortalecido, continuei:
- E você. O que faz? Vive só de Herbalife? A quanto tempo você está com a Herbalife?
Ela me passou as coordenadas. Segundo ela, tratava-se de um jantar oferecido por uma empresa para "parceiros" em uma famosa churrascaria da cidade, só para convidados "Vips". Tudo "na faixa", como ela mesma disse. UEBA! (Foi o que eu pensei irresponsavelmente sem imaginar que na vida, tudo tem um preço...)
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Mais tarde nos encontramos na porta da churrascaria. Sorrisos, abraços e beijinhos. Ela entregou os convites ao recepcionista que nos apontou na direção da escadaria informando que o jantar aconteceria numa sala de eventos especial do restaurante, localizada no segundo pavimento da churrascaria. Estranhei ainda mais. Porque nos isolar dos outros clientes? Havia alguma coisa que não cheirava bem, e não era a comida. Eu podia sentir algo errado no leve tilintar do meu sentido de aranha.
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No topo da escadaria uma porta dupla. Ao abrir, o som antes abafado de musica, conversas e risos invadiram meus ouvidos. Era uma sala grande, com as mesas distribuídas nas laterais e um buffet no centro (no estilo Self-service). Todos estavam bem vestidos. Ao entrarmos, uma morena baixinha e de cabelos curtos pareceu ter reconhecido minha companhia e imediatamente levantou-se sorrindo e veio na nossa direção. Meu instinto tilintava mais alto que a música. Ao ser apresentado, ela comentou comigo:
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- Nossa, a "Simone" (minha acompanhante, nome fictício é claro) deve gostar muito de você por ter te escollhido, dentre todos os amigos dela, para ser agraciado com uma oportunidade dessas.. (sentido gritando).
O-oportunidade? Que oportunidade?? Gaguejei apreensivo como se pudesse antecipar que algum ruim viria a seguir. (não era mais sentido, era uma sirene!)
A oportunidade de mudar sua vida... (Foi nesse momento que o tempo parou. O único som que eu conseguia ouvir eram dos meus batimentos cardíacos e a lenta e pesada frase que saia da boca daquela mulher... – VOCÊ JÁ CONHECE OS PRODUTOS HERBALIFE?? (Tchan-tchan-tchaaaan! Santas armadilhas Batman!! E eu cai direitinho!!).
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Me sentia traído. Pude sentir uma súbita sensação de calor subir pelo meu rosto. O repentino aumento do fluxo sangüíneo me deixou tonto por alguns segundos. Sentia a explosão de adrenalina. Tudo aconteceu muito rápido a partir daí. Eu agarrei o Braço da minha acompanhante e a empurrei com violência na direção das mesas enquanto gritava "THIS IS SPARTA!". Ela rolou por cima da mesa se agarrando à toalha que foi ao chão levando todos os pratos e talheres numa queda patética e ruidosa. Com os cabelos desgrenhado e olhos injetados de sangue ela, ainda no chão, agarra algumas das facas e garfos e os lança em minha direção. Eu seguro a baixinha de cabelos curtos e uso como escudo. Subitamente, dois homens de terno preto se levantam numa atitude ameaçadora. Antes que eu pudesse esboçar qualquer reação, sou atingido por uma nuvem de Pó instantâneo para controle de peso Herbalife, que me cega de imediato. Impossibilitado de abrir os olhos, não me restava outra saída senão me atirar contra a janela atrás de mim, sendo acompanhado até o chão pelos estilhaços de vidro.
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Pelo menos foi assim que eu imaginei em um flash de segundo. Na verdade, o que eu fiz foi agarrar o braço da "Simone" e cochichar num tom rispido mas discreto:
- Porque você não me avisou que era isso???
Ela sorriu amarelo olhando para os lados:
Porque fiquei com medo que você não quisesse vir! (Sério? Ah-DÃÃ??)
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A amiga dela nos acompanhou até a nossa mesa descrevendo as vantagens de se integrar a família Herbalife e que o destino as vezes apresenta uma oportunidade única de mudarmos de vida e essa era uma dessas chances. Ela falava sobre o "supervisor" dela que antes era gerente do Banco do Brasil e que em poucos meses largou o emprego porque estava ganhando muito dinheiro com a Herbalife e tal. E eu rezei. Rezei para que meu celular tocasse. Ou um avião da TAM atravessasse as paredes. Quem sabe um tsunamizinho básico, somente para interromper aquele blablabla incessante. Mas não, nessas horas nada disso acontece.
.
O discurso era tão automático que eu olhei pra trás para ver se alguém segurava cartazes com texto para ela ler. Conforme treinada ela chega a parte interativa do discurso me perguntando:
- Então, você está feliz com o que você está ganhando hoje em dia?
- Essa é uma pergunta capciosa, não? – respondi educadamente enquanto assistia o sorriso dela murchar – O que você quer que eu diga? Quem é que está feliz com o que ganha? As pessoas vivem conforme suas rendas. Se eu ganhasse 10 vezes mais do que hoje tenho certeza que, após algum tempo, isso não seria suficiente, concorda?
- É.. mas... er... Eu... Ela gaguejou e eu soube que tinha feito algo bom. Me senti bem. E fortalecido, continuei:
- E você. O que faz? Vive só de Herbalife? A quanto tempo você está com a Herbalife?
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Percebi que ela ficou totalmente constrangida:
- Eu trabalho numa loja de sapatos... Mas em breve eu pretendo me dedicar só a Herbalife, viu? É que eu estou meio enrolada e não posso me investir mais e além disso, o meu trabalho é uma ótima maneira oportunidade de expandir minha rede... Mas eu vou chamar o meu "supervisor" (não sei como eles chamam o cara que está acima na hierarquia herbalifeana).
Percebi que ela ficou totalmente constrangida:
- Eu trabalho numa loja de sapatos... Mas em breve eu pretendo me dedicar só a Herbalife, viu? É que eu estou meio enrolada e não posso me investir mais e além disso, o meu trabalho é uma ótima maneira oportunidade de expandir minha rede... Mas eu vou chamar o meu "supervisor" (não sei como eles chamam o cara que está acima na hierarquia herbalifeana).
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Ela saiu e eu fui fazer o meu prato. No caminho ví que "Herbagirl" cochichava algo no ouvido de um sujeito engravatado "- Temos um infiel na mesa sete, senhor!", "-Muito bem minha serva, eu cuidarei disso pessoalmente." – Imagino que tenha sido esse o diálogo porque logo depois ela volta acompanhada do seu "Mestre". Ela carregava no rosto aquele sorriso desafiador de "mexe comigo agora que eu quero ver".
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O sujeito era tão sorridente e tão simpático que me fez perder o apetite. E perder o apetite num jantar de graça é algo que me deixa muito irritado. E como disse certa vez o Dr. Bruce Banner - Acredite, você não vai querer me deixar nervoso.
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Logo o cara continuou com a ladainha iniciada por sua fiel escudeira, blablabla-oportunidade, Alguma coisa sobre construir rede, que quanto mais pessoas agregarem sua rede mais chances você tem de crescer. Tudo agora reforçado agora por sua simpática assistente de palco. Chaaaato! Foi nesse momento que eu cometi meu primeiro erro:
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Ela saiu e eu fui fazer o meu prato. No caminho ví que "Herbagirl" cochichava algo no ouvido de um sujeito engravatado "- Temos um infiel na mesa sete, senhor!", "-Muito bem minha serva, eu cuidarei disso pessoalmente." – Imagino que tenha sido esse o diálogo porque logo depois ela volta acompanhada do seu "Mestre". Ela carregava no rosto aquele sorriso desafiador de "mexe comigo agora que eu quero ver".
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O sujeito era tão sorridente e tão simpático que me fez perder o apetite. E perder o apetite num jantar de graça é algo que me deixa muito irritado. E como disse certa vez o Dr. Bruce Banner - Acredite, você não vai querer me deixar nervoso.
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Logo o cara continuou com a ladainha iniciada por sua fiel escudeira, blablabla-oportunidade, Alguma coisa sobre construir rede, que quanto mais pessoas agregarem sua rede mais chances você tem de crescer. Tudo agora reforçado agora por sua simpática assistente de palco. Chaaaato! Foi nesse momento que eu cometi meu primeiro erro:
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- "Mas amigo, eu não gosto de vendas"...
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Lição 1) Nunca! nunca diga a palavra "venda" para um herbalifer. Esse é o código para acionar o "herbalife-life-stile-defense". A expressão do sujeito mudou. Foi como se sirenes e sinalizadores surgissem da sua cabeça "ALERTA VERMELHO! ALERTA VERMELHO!". O cara entrou em modo de defesa 4. Ele era um "transformer" .
.
- Mas não é vendas!! HERBALIFE NÃO É VENDAS! É MARKETING!
Levemente irritado ele voltou a me explicar novamente sobre a rede, produtos, marketing, etc.
Depois ouvir todo o seu tedioso discurso (e ficar balançando a cabeça como se tivesse interessando soltando um discreto "humm", eventualmente), eu cometi meu segundo erro.(Eu deveria lançar um livro, como irritar um herbalife em duas lições):
- "Ah entendi, é tipo Amway"?
Lição 2) Nunca, eu disse, nunca compare Herbalife com Amway! Para um Herbalife é preferível você socar a cara dele até que ele caia insconsciente no chão e se afogue no próprio sangue, depois você violente suas mulheres e queime suas casas do que fazer essa comparação.
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Ele tentou se acalmar. Respirou fundo, arrumou a gravata e começou a me explicar, pausadamente, as diferenças entre as duas marcas.
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Obviamente são produtos totalmente distintos. Filosofias totalmente diferenciadas. A Amway só se importa com o dinheiro. A Herbalife quer melhorar sua qualidade de vida. A Amway e má e vai para o inferno. A Herbalife é cuty-cuty e fofinha! Certo! Enquanto falava, eu percebi que o suor escorria de sua testa ainda que o ar condicionado fizesse o lugar parecer a Sibéria (Havia 2 pingüins comendo Rosbife na mesa do lado! ROSBIFE!).
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Sem querer se dar por vencido, o supervisor resolveu chamar o seu "líder". Sabe o Mestre do Darth Vader? Então, ele trabalha na Amw-Quer dizer, Herbalife!. O supervisor do supervisor. Amado e idolatrado salve-salve. Agora eram três contra um. Nossa discussão, ainda que disfarçadamente "civilizada", às vezes se tornava mais acalorada. Mas tudo num clima de muuuito respeito, claro.
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Lembro que o melhor momento foi quando eu finalmente entendi o processo todo e resolvi resumi-lo em uma única frase:
-"Ah, é tipo pirâmide, então?".
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Lição 1) Nunca! nunca diga a palavra "venda" para um herbalifer. Esse é o código para acionar o "herbalife-life-stile-defense". A expressão do sujeito mudou. Foi como se sirenes e sinalizadores surgissem da sua cabeça "ALERTA VERMELHO! ALERTA VERMELHO!". O cara entrou em modo de defesa 4. Ele era um "transformer" .
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- Mas não é vendas!! HERBALIFE NÃO É VENDAS! É MARKETING!
Levemente irritado ele voltou a me explicar novamente sobre a rede, produtos, marketing, etc.
Depois ouvir todo o seu tedioso discurso (e ficar balançando a cabeça como se tivesse interessando soltando um discreto "humm", eventualmente), eu cometi meu segundo erro.(Eu deveria lançar um livro, como irritar um herbalife em duas lições):
- "Ah entendi, é tipo Amway"?
Lição 2) Nunca, eu disse, nunca compare Herbalife com Amway! Para um Herbalife é preferível você socar a cara dele até que ele caia insconsciente no chão e se afogue no próprio sangue, depois você violente suas mulheres e queime suas casas do que fazer essa comparação.
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Ele tentou se acalmar. Respirou fundo, arrumou a gravata e começou a me explicar, pausadamente, as diferenças entre as duas marcas.
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Obviamente são produtos totalmente distintos. Filosofias totalmente diferenciadas. A Amway só se importa com o dinheiro. A Herbalife quer melhorar sua qualidade de vida. A Amway e má e vai para o inferno. A Herbalife é cuty-cuty e fofinha! Certo! Enquanto falava, eu percebi que o suor escorria de sua testa ainda que o ar condicionado fizesse o lugar parecer a Sibéria (Havia 2 pingüins comendo Rosbife na mesa do lado! ROSBIFE!).
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Sem querer se dar por vencido, o supervisor resolveu chamar o seu "líder". Sabe o Mestre do Darth Vader? Então, ele trabalha na Amw-Quer dizer, Herbalife!. O supervisor do supervisor. Amado e idolatrado salve-salve. Agora eram três contra um. Nossa discussão, ainda que disfarçadamente "civilizada", às vezes se tornava mais acalorada. Mas tudo num clima de muuuito respeito, claro.
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Lembro que o melhor momento foi quando eu finalmente entendi o processo todo e resolvi resumi-lo em uma única frase:
-"Ah, é tipo pirâmide, então?".
Eles se entreolharam como se concordando que aquele era o limite. Senti que era o meu fim. Eu nunca deixaria aquele restaurante. Seria servido alí mesmo. Os seus seis olhos se voltaram para mim cheios de ódio. Mas antes que pudessem me dizimar por completo eu senti um tremor no peito. A princípio pensei que fosse um ataque cardíaco mas na verdade era Deus que mandava seu anjo em forma de toque de celular para me salvar. Estendi face da mão para o grupo num sinal de "talk to the hand, beotch" enquanto retirava o celular do bolso da camisa e virei-me de costas para me dedicar a ligação ignorando-os por completo.
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Acho que até era engano, mas eu fiquei tão feliz por receber aquela ligação salvadora que puxei conversa com o sujeito que ligava por uns 15 minutos. Voltei ao grupo que discutia entre si. Disse que surgiu um imprevisto e teria que me ausentar. Virei-me para a Simone que estava totalmente assustada e desconcertada. Estendi minha mão e disse firmemente: -"Venha comigo se você quiser viver".
.
Saímos de lá rapidamente. Antes de deixar a sala de enventos pude ouvi alguém perguntado:
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"- Mas de quem eles são convidados?" .
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A sensação era a de que eu tinha conseguido lançar uma granada na sala enquanto me atirava pela janela estilhaçada.
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Acho que até era engano, mas eu fiquei tão feliz por receber aquela ligação salvadora que puxei conversa com o sujeito que ligava por uns 15 minutos. Voltei ao grupo que discutia entre si. Disse que surgiu um imprevisto e teria que me ausentar. Virei-me para a Simone que estava totalmente assustada e desconcertada. Estendi minha mão e disse firmemente: -"Venha comigo se você quiser viver".
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Saímos de lá rapidamente. Antes de deixar a sala de enventos pude ouvi alguém perguntado:
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"- Mas de quem eles são convidados?" .
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A sensação era a de que eu tinha conseguido lançar uma granada na sala enquanto me atirava pela janela estilhaçada.
Sorri satisfeito e sai sem olhar para trás.
8 comentários:
Zenzazional jovem padawan!!! Não sabia dessa história ainda..
Acho que vou colocar o link desse post na comunidade da Herbalife no Orkut rs
"Temos um infiel na mesa sete, senhor!" hahahah mto bom!!!
Grande Eron!
Cara, devo admitir que fiquei meio chateado com a má vontade que você demonstrou com a moça quando recebeu o telefonema. Tipo, "Porra, ele nem começou o texto e já tá xoxando a menina".
Mas, putz, te levar numa dessas "reuniões herbalife" e não dizer nada, no truque, é imperdoável! Terminei a história chateado por você não ter sujado mais a barra dela!
Go, Eron, GO!
Best,
J.
Pelo menos você ganhou um amigo: a pessoa que te ligou por engano e com quem você ficou 15 minutos conversando... rs...
Neste momento estou lhe escrevendo para pedir que v� me visitar, na porta de minha sala trancada tem 5 agentes do h�spicio tentando me levar em uma camisa de for�a refor�ada. Meu chefe REALMENTE acha que estou louca ou que tenho dist�rbio bipolar e dos piores, pois alternei choro e riso t�o rapidamente que penso que ele quer me vender para um laborat�rio ou qualquer coisa me estudar.
A narrativa parecia uma sequ�ncia do Kill bill misturado com Scrubs, FAN-TAS-TI-CO.
Essas coisas s� acontecem com voc� mesmo, ainda bem que voc� resolveu criar esse blogg.
Beijinhos
�rika Silva
Olha, é a primeira vez q eu caio aqui no seu blog e te falo... seu texto é DELICIOSO.
E outra... eu tocava numa banda e constumavamos a tocar nuns jantares desses da Herbalife. Eu chamaria isso de seita secreta, Maçonaria contra a Obesidade, Lavagem Cerebral com adoçante....
me da medo profundo deles.
um bjo!
Eu fui convidado por uma pessoa pra ir a uma dessas reuniões. De princípio inventei uma desculpa, mas de alguma forma que não sei como, ela me conveceu a ir pois HERBALIFE realmente não me empolga e ela não me atraía sexualmente, ou seja, eu nada tinha a ganhar! Esqueci o caso, até que hoje fuçando aqui na net encontrei vários sites bastante interessantes, inclusive o seu. O que me levou a pensar que minha "amiga" (entre aspas, caso as aspas não apareçam no texto) não foi a (mal)dita reunião provavelmente porque queria cair fora do esquema. Porém talvez com medo de represália, resolveu indicar uma vítima para assim limpar sua barra. Confesso que chegando no lugar da reunião, um condomínio escuro de classe média- baixa aqui em Fortaleza, senti um clima meio estranho ao ver aquelas pessoas chegando em seus carrinhos populares, com enormes adesivos da HERBALIFE para o tal encontro. O fato é que como a tal "amiga" não foi, aproveitei para cair fora o mais rápido possível.Confesso que senti mesmo um clima estranho, como em tudo o que está envolto em mistérios e que mexe com trapaça, dinheiro e talvez algo mais assustador. A impressão que tive ao observar as pessoas que chegavam para o tal encontro foi de que realmente se trata de algo muito SINISTRO!!! Só não me perguntem porque!!!
P.S: Parabéns pelo seu texto bem divertido, inteligente e esclareceor!
Prezado,
adorei seu post! muito bem escrito, ótimas observações !
Eu já participei da Herbalife ( é, infelizmente a lavagem cerebral funcionou comigo ), mas fui fisgado por um amigo me mostrando cheques e mais cheques de clientes...
Depois de 2 anos, de até ganhar um dinheiro ( mas a q custo? ) acordei da lavagem cerebral e achei tudo muito ridículo, forçado e falso.Desde então, tenho travado uma luta pra livrar as pessoas desse golpe... te convido a ler meu blog e conhecer minha história...
http://herbalifenao.blogspot.com
um abraço, e parabéns e obrigado pelo texto, que além de ajudar a elucidar pessoas buscando informação, é um prazer de ler.
Felipe ( nome ficticio pq já recebi até ameaça de morte dos berbalóides )
Nem perdi tempo em ler!!!! Vi é coisa de pessoas pobres (de espírito e de merito por vencer na vida)! Garanto que, eu com apenas 2 anos de empresa, ganho mais que essas pessoas q postaram ai em cima!!!!! Fazer o q.... cada um é inteligente pra escolher seu futuro!!!! O meu é com certeza me dedicar as pessoas que se amam e cuidam de sí mesmas!!!! Com isso, mudei meu circulo de amizades, hj só convivo com pessoas positivas, que sabem o que querem da vida e por isso, a empresa me paga mais de R$5.000,00 por mês.... isso porq é só o começo!!!!! Sinto muito aos que ainda não tem visão de mercado, do que é podr ajudar pessoas.... aliás, são os que mais precisam de ajuda!!!!
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